sábado, 20 de abril de 2013

EREA Lajeado - 3º e último dia

A manhã deste sábado, 20, reservou as últimas atividades do EREA de Lajeado. Abrindo os trabalhos, tivemos a ótima palestra do Prof. Germano Bruno Afonso sobre Astronomia nos diferentes povos, com ênfase na astronomia indígena.

O prof. Germano, com uma fala descontraída e que atraiu muito a atenção dos ouvintes, apontou que as o Sol, a Lua e as contelações sempre foram usadas pelos povos indígenas brasileiros no seu cotidiano, relacionando com o clima, chuvas, estiagem, enchente e vazante de rios, fauna (épocas de caça), flora, roçado, plantio, colheita, época de malária, etc.

Outro apontamento foi para a cultura mística, como o Caminho de Peabiru, similar ao Caminho de Compostela (campo de estrelas), ou seja, usando a Via-Láctea para orientação. Um exemplo claro e registrado é do espanhol Dom Álvãr Nuñez Cabeza de Vaca, governador do Paraguai, que pertiu do litoral catarinense chegando até Assunção guiando-se pelo Caminho de Peabiru.

Outro ponto destacado são as constelações segundo a cultura in´dígena. Uma delas é a do cervo, formada, dentre outras, pelas consteçaões do Cruzeiro do Sul e do "falso" Cruzeiro do Sul. Outra é a Borboleta, formada pelo quadrilátero da Constelação de Órion. Os caigangues e os bororos consideram este quadrilátero a Constelação do Jabuti.

A Lua (Jacy para os guaranis) é a base do calendário indígena. Além de influenciar o comportamento humano e dos animais. Por exemplo é a caça, que é feita em dia de lua cheia, devido à claridade, que faz que os animais também saiam em busca de alimento.

Após o intervalo, o fechamento foi feito pelo Prof. Rodolfo Langhi, da UNESP de Bauru, com a palestra "Desafios e possibilidades da Educação em Astronomia no Brasil". Langhi demonsyra que os locais destinados à Astronomia são poucos no Brasil: 45 planetários, 95 observatórios e 231 clubes de Astronomia.

Também aponta dificuldades para o Ensino da Astronomia: declínio do conteúdo de Astronomia no ensino básico; lacunas na formação dos docentes, carência de material bibliográfico, espetacularização da mídia e sensacionalismo exagerado sobre temas e fenômenos astronômicos, erros conceituais em livros didáticos e a falta do hábito de olhar para o céu.

Desta forma, chegou ao fim mais uma edição do Encontro Regional de Ensino de Astronomia, mais uma vez primamdo pela orgalização e pelo interesse pelos assuntos astroñômicos. Até o proximo evento!

Exposição de fotografias de astros no saguão do prédio 11 da Univates.

Prédio 11 da Univates, sede das palestras do EREA.

Palestra do Prof. Germano Bruno.

Foto dos participantes do EREA de Lajeado.

Prof. Germano Bruno e eu.

Palestra de encerramento proferida pelo Prof. Rodolfo Langhi.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

EREA Lajeado - 2º dia

O segundo dia do 37º. Encontro Regional de Ensino de Astronomia começou logo cedo pela manhã. Na abertura das atividades, a palestra do Prof. Horácio Dottori, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sobre Cosmologia. O assunto abordou as ideais gerais sobre o Universo: finito, infinito, estático, em expansão. Depois as ideias primitivas, de Aristóteles e Ptolomeu (terra no centro, universo finito, eterno, estático) até Aristarco (Grécia Antiga) e Copérnico (Idade Média), com a diferença do Sol no centro.

O palestrante ainda referiu-se ao Renascimento, com as ideias de Universo de Galileu, Tycho Brahe, Kepler, a cosmologia newtoniana (gravitação), Cassini (tamanho do Sistema Solar) até Ole Romer, que determinou a finitude da velocidade da luz.

Depois foi discutida a hipótese de o Universo ser homogêneo e finito. Mas as verificações de que pouco se observa do Universo (em torno de 5%, o resto é matéria/energia escura), que a matéria não está homogeneamente distribuída e a expansão acelerada, determinada em meados da década de 1990 refutam a hipótese supracitada.

A seguir participei da oficina "Movimento aparente do Sol", ministrada pelo Prof. Odilon Giovannini Jr, da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Foi apresentado um modelo físico de fácil construção, na qual pode-se ver o movimento do Sol em diferentes latitudes e períodos do ano, com destaque para os solstícios e equinócios. Uma ferramenta extremamente útil para o trabalho do professor na abordagem de latitudes, estações do ano e movimento solar, dentre outros temas.

Pela tarde, participei da oficina do prof. Roberto Bozcko intitulada "Astronomia para s anos iniciais do Ensino Fundamental", onde mostrou que com materiais de baixíssimo custo como barbante, isopor e cartolina pode-se mostrar conceitos astronômicos sobre o Sistema Solar com a participação ativa dos alunos. Estações do ano, constelações e signos, movimentos da Terra, Sol e Lua (rotação, translação, precessão), eclipses foram abordados na oficina, além da demonstração de inúmeros erros que os livros didáticos trazem acerca da Astronomia, principalmente em relação aos movimentos dos astros e fases da Lua, geralmente abordados em relação ao hemisfério norte, oposto do nosso.

Encerrando a tarde teve vez a oficina da Profa. Maria de Fátima Saraiva, do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS, versando sobre a Expansão do Universo. A lei de Hubble apontou para a expansão do cosmos, sendo que a velocidade do afastamento das galáxias (prova da lei) é proporcional à distância das mesmas. E esta velocidade tem como limite a da luz. Uma atividade simples, porém esclarecedora, demonstra que quanto mais longe a galáxia (tomando como referência a nossa, por exemplo), o distanciamento é maior.

Na manhã deste sábado será encerrado o EREA.


Palestra do Prof. Dottori sobre Cosmologia.

Prof. Odilon Giovaninni abrdando o modelo para demonstrar a inclincção do eixo da Terra e as estações do ano.

Oficina desenvolvida sobre Movimento Aparente do Sol (MAS) está à disposição no You Tube.

Material para confecção de modelo para o MAS.

Modelo da oficina do MAS pronto.

Prof. Roberto Bozcko, uma carreira toda dedicada ao ensino da Astronomia. 

Prof. Bozcko simulando o Sistema Solar com a participação dos professores na oficina de Astronomia para o Ensino Fundamental.

Profa. Fátima na oficina da Expansão do Universo.

Atividade prática que simula a expansão da galáxia, demonstrada pelo maior afastamento das galáxias mais distantes.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

EREA Lajeado 2013 - 1º. dia

Neste dia 18 de abril tivemos a abertura de mais uma edição do Encontro Regional de Ensino de Astronomia  o EREA, sediado na Univates, em Lajeado, Rio Grande do Sul. Relato aqui o que acompanhei neste dia de estreia.

Na abertura ocorreu a palestra do Prof. Dr. Ramachristina Teixeira, da Universidade de São Paulo (USP), intitulado "Observando o céu e construindo o conhecimento". Inicialmente, a fala do palestrante abordou a forma que o conhecimento é adquirido pelo homem, pela observação da natureza e dedução de regras e montagem de modelos. A seguir, uma passagem pela história, desde a pré-história e a inocência do homem primitivo e seu universo mágico, passando pelas primeiras civilizações e a complexidade sobre-humana para explicar o Universo místico; a Grécia Antiga e a compreensão do mundo através da razão, onde eram questionados a finitude da Terra.

Na Idade Média tem-se a influência religiosa e a desconstrução do conhecimento helênico, seguido das ideias de Tomás de Aquino (Deus onipesente), Copérnico, Giordano Bruno, Brahe, Galileu, Kepler, Newton, até mais recentemente com Hubble, Friedmann (Universo em expansão) e Lemaitre (Big Bang).

À tarde teve vez a oficina da montagem do Galileoscópio, espécie de luneta que foi adquirida com recursos federais e que é distribuída gratuitamente às escolas sob organização da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia . Depois de montadas, os professores participantes foram para a rua a fim de observar objetos terrestres para testar as lunetas.

Pelo turno vespertino, um coquetel foi oferecido aos participantes pela Univates no terraço do prédio 12, onde fica também o telescópio da universidade. Ali foi apresentado o software Stellarium, um simulador de céu noturno e também foram identificadas pelo Prof. João Canalle algumas constelações.

Cerimônia de abertura do EREA de Lajeado.

Palestra de abertura do prof. Ramachristina Teixeira (USP).

Oficina de montagem dos galileoscópios.


Professores no lado de fora testando suas lunetas.